Começa a auto-explicar-se no terreno a acção de planeamento que, desde a sua génese, pretendeu ser o primeiro metaprojecto de iniciativa local com escala regional. Para os crédulos nas grandes ideias, embora ingénuos quanto à vontade e capacidade dos sistemas de poder para o perceber, assumir e concretizar; para esses crédulos, só um metaprojecto seria capaz de afirmar, de modo irreversível, Macedo como o centro liderante do desenvolvimento económico da região. Desenvolvimento efectivo, sustentado em acções estruturantes de grande escala, cujas ondas de impacto vibrem em todo o nordeste transmontano e para além dele, e não o desenvolvimento presente nos discursos, onde as palavras teimam em não bater certo com os factos, e nas iniciativas viciadas em escala paroquial, cujo impacto não passa de ornamental.
Como urge restituir às palavras a correspondência das coisas e fazer em vez de fazer de conta que se faz, urge converter a zona industrial na ÁREA DE LOCALIZAÇÃO EMPRESARIAL TRANSMONTANA. A aura mágica do encontro de caminhos, agora o IP2 com a A4, volta a produzir fenómenos, dando à zona industrial uma segunda, agora a última, oportunidade, impedindo a execução da sua condenação ao fracasso, permitindo-lhe, decorridos treze anos, o recomeço.
Sem uma ligação forte ao nó de articulação do IP2 na A4, que integre a zona industrial nesse sistema estrutural, a sua localização seria um absurdo de planeamento. Com a adequada integração nesse sistema e com a mesma força estruturante da A4 e do IP2, aquela localização é imperativa. Chegou o momento da verdade para a zona industrial, chegou o momento de assumir a sua metamorfose, deixando os treze anos de embrião para, finalmente, se converter na ALE Transmontana. O nó da Amendoeira não pode ser lido no território como o nó de ligação do IP2 com a A4. Esse nó tem que articular, com a mesma escala de impacto regional, o IP2, a A4 e a ALE Transmontana. Só esta força e conversão permitirá à zona industrial recuperar o tempo perdido, acompanhando em poder estruturante o poder da A4 e do IP2. Tem que ser possível, é urgente construir esse poder, e é agora ou nunca.
Para que a zona industrial não seja mais um projecto ornamental e seja uma força estruturante tem que se libertar da sua vocação industrial passando a abranger e potenciar, em regime de ALE, quaisquer áreas de actividade empresarial. A conversão da zona industrial em Área de Localização Empresarial é imprescindível à libertação da inoperante escala local para a escala regional, libertando a Câmara Municipal das burocracias legais a que está sujeita e das burocracias legais que a própria Câmara Municipal está obrigada a sujeitar a instalação dos estabelecimentos empresariais, possibilitando, assim, em favor da competitividade da ALE Transmontana, tirar partido da simplificação e gestão administrativa e da redução dos encargos devidos para actos praticados pela administração central. A realização, em obra já visível no terreno, da integração da zona industrial no sistema viário de articulação do IP2 na A4 é a alavanca que tardava para motivar a conversão e atrair para a Sociedade Gestora da ALE Transmontana as parcerias que interessam à dimensão da escala que se lhe exige.
A conversão do actual embrião da zona industrial em ALE é o projecto de Macedo para a região e o projecto do desenvolvimento económico da região em Macedo.
Adelino José Rosa Rodrigues